segunda-feira, 13 de junho de 2011

UMA VELHA AGENDA



Luiz Martins da Silva



Qual sacrário resgatado

De uma arqueologia profunda,

Rostos cobertos de algas

Um a um vou acordando.


Titanic de gaveta,

Quando se busca um acaso,

De repente, quase um susto,

Achar um tesouro esquecido.


Incrível, quantos despojos,

Guarda consigo o escuro.

Em parte, talvez aproveite,

Outros, irrecuperáveis dígitos.


Abecedário de eras,

Dunas da hipotermia,

Do meio de tanto lodo,

Algo de mim vem à tona.

 
Lembro, como há bem pouco:

“Anota meu telefone..."

Que faço, agora, com ele

Vestido de escafandro?

sexta-feira, 3 de junho de 2011

METADE PÁSSARO




Murilo Mendes



A mulher do fim do mundo

Dá de comer às roseiras,

Dá de beber às estátuas,

Dá de sonhar aos poetas.

A mulher do fim do mundo

Chama a luz com um assobio,

Faz a virgem virar pedra,

Cura a tempestade,

Desvia o curso dos sonhos,

Escreve cartas ao rio,

Me puxa do sono eterno

Para os seus braços que cantam.

  óleo sobre tela- Steven Kenny
Gentilmente enviado por Osmar de  Oliveira Aguiar

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