domingo, 29 de dezembro de 2013

BEIJO DE ANJO


Luiz  Martins da Silva

Para Gabriela Martins Tessmann Serpa


Bem cedinho, chega-me um anjo,
Para o beijo oficial de um bom-dia:
“Quer que eu tire uma foto sua?”
Foto e beijo seguem-me pela rua.

Pelo mundo, assunto, onde estaria
A tal felicidade que demora.
E o paraíso, tão longe, deveria
Ficar bem perto, aqui e agora.

Mas, logo me dou conta, de verdade
O que tenho é crônica miopia,
De não viver cada instante com alegria.

Começo, não tarde, o aprendizado
De não ficar dividindo a vida em duas:
Uma, que é de sonhos, e outra, realidade.



sexta-feira, 1 de novembro de 2013


Airton Luis Mendonça- Jornal- O ESTADO DE SÃO PAULO


O cérebro humano mede o tempo por meio da observação dos movimentos. Se alguém colocar você dentro de uma sala branca vazia, sem nenhuma mobília, sem portas ou janelas, sem relógio... você começará a perder a noção do tempo.

Por alguns dias, sua mente detectará a passagem do tempo sentindo as reações internas do seu corpo, incluindo os batimentos cardíacos, ciclos de sono, fome, sede e pressão sanguínea.

Isso acontece porque nossa noção de passagem do tempo deriva do movimento dos objetos, pessoas, sinais naturais e da repetição de eventos cíclicos, como o nascer e o pôr do sol.

Compreendido este ponto, há outra coisa que você tem que considerar: nosso cérebro é extremamente otimizado. Ele evita fazer duas vezes o mesmo trabalho.

Um adulto médio tem entre 40 e 60 mil pensamentos por dia. Qualquer um de nós ficaria louco se o cérebro tivesse que processar conscientemente tal quantidade. Por isso, a maior parte destes pensamentos é automatizada e não aparece no índice de eventos do dia e, portanto, quando você vive uma experiência pela primeira vez, ele dedica muitos recursos para compreender o que está acontecendo.

É quando você se sente mais vivo. Conforme a mesma experiência vai se repetindo, ele vai simplesmente colocando suas reações no modo automático e "apagando" as experiências duplicadas.

Se você entendeu estes dois pontos, já vai compreender porque parece que o tempo acelera, quando ficamos mais velhos e porque os Natais chegam cada vez mais rapidamente..

Quando começamos a dirigir automóveis, tudo parece muito complicado, nossa atenção parece ser requisitada ao máximo. Então, um dia dirigimos trocando de marcha, olhando os semáforos, lendo os sinais ou até falando ao celular ao mesmo tempo.

Como acontece?

Simples: o cérebro já sabe o que está escrito nas placas (você não lê com os olhos, mas com a imagem anterior, na mente). O cérebro já sabe qual marcha trocar (ele simplesmente pega suas   experiências passadas e usa, no lugar de repetir realmente a experiência).

Em outras palavras , você não vivenciou aquela experiência, pelo menos para a mente. Aqueles críticos segundos de troca de marcha, leitura de placa... são apagados de sua noção de passagem do tempo.   Quando você começa a repetir algo exatamente igual, a mente apaga a experiência repetida.  

Conforme envelhecemos, as coisas começam a se repetir, as mesmas ruas, pessoas, problemas, desafios, programas de televisão, reclamações...enfim... as experiências novas (aquelas que fazem a mente parar e pensar de verdade, fazendo com que seu dia pareça ter sido longo e   cheio de novidades), vão diminuindo.

Até que tanta coisa se repete que fica difícil dizer o que tivemos de novidade na semana, no ano ou, para algumas pessoas, na década. Em outras palavras, o que faz o tempo parecer que acelera é a... rotina.

Não me entenda mal. A rotina é essencial para a vida e otimiza muita coisa, mas a maioria das pessoas ama tanto a rotina que, ao longo da vida, seu diário acaba sendo um livro de um só capítulo, repetido todos os anos.


Felizmente há um antídoto para a aceleração do tempo: M & M ( Mude e Marque).

Mude, fazendo algo diferente e marque, fazendo um ritual, uma festa ou registros com fotos.
 
Mude de paisagem, tire férias com a família (sugiro que você tire férias sempre e, preferencialmente, para um lugar quente, um ano, e frio no seguinte) e marque com fotos, cartões postais e cartas.

Tenha filhos (eles destroem a rotina, dão trabalho ) e sempre faça festas de aniversário para eles, e para você (marcando o evento e diferenciando o dia).   Use e abuse dos rituais para tornar momentos especiais diferentes de momentos usuais. Faça festa de noivado , casamento, 15 anos, bodas disso ou daquilo, bota-foras, participe do aniversário de formatura de sua turma, visite parentes distantes, entre na universidade com 60 anos, troque a cor do cabelo, deixe a barba, tire a barba, compre enfeites diferentes no Natal, vá a shows, cozinhe uma receita nova, tirada de um livro novo.

Escolha roupas diferentes, não pinte a casa da mesma cor, faça diferente. Beije diferente sua paixão e viva com ela momentos diferentes. Vá a mercados diferentes, leia livros diferentes, busque experiências diferentes.   Seja diferente. Se você tiver dinheiro, especialmente se já estiver aposentado, vá com seu marido, esposa ou amigos  , para roça , para outras cidades ou países, veja outras culturas, visite museus estranhos, deguste pratos esquisitos...em outras palavras... V-I-V-A.  

Porque se você viver intensamente as diferenças, o tempo vai parecer mais longo.

E se tiver sorte de estar casado(a) com alguém disposto(a) a viver , faça sexo sempre, ame seu parceiro ou sua parceira , beije sempre, busque coisas diferentes, seu livro será muito mais longo, muito mais interessante e muito mais v-i-v-o... do que a maioria dos livros da vida que existem por aí.

Cerque-se de amigos. Amigos com gostos diferentes, vindos de lugares diferentes, com religiões   diferentes e que gostam de comidas diferentes.

Enfim, acho que você já entendeu o recado, não é?


Boa sorte em suas experiências para expandir seu tempo, com qualidade, emoção, rituais e vida... '' Pare o Tempo, ele passa muito rápido , a velhice vem muito rápida, e a vida é muito curta   '', então curta.

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

PARA VOCÊ COM CARINHO


Vinícius de Morais

Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos.
Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles.

terça-feira, 3 de setembro de 2013

DUETO




Luiz Martins da Silva


Quando me tomaste em riste,
De inesperado afoite,
Éramos aguardados êxtases
De ânsias inconfessas.

O medo de te tocar
E não seres harpa...
Mas, por fim, as cordas trêmulas,
Ondas de afinações não ensaiadas.

Instrumentos prontos,
Allegro, andante, troppo, molto vivace...
Até nos eternizarmos em suados rostos colados.

Permanecemos, assim, até hoje, estátuas.
Obras de arte de um museu imaginário
Do que ainda somos, Orfeu e Eurídice.

óleo sobre tela: 

sexta-feira, 28 de junho de 2013

A ÁRVORE


Luiz Martins da Silva



A árvore vive em nós, gênese e lógica;

A árvore de todas as árvores;
A árvore da vida, a árvore legião,
Na floresta em que somos todos irmãos.


E se o somos, em seiva e lenho,
É porque Ela nos une no nosso nome,
Inscreve em nós a planta, o fenômeno
Da flor, do fruto... Do embrião ao oxigênio .


Mais que fotossíntese, Ela é a foto,
O álbum em que no tempo repousam,
Em  copa, todos os nossos antepassados.


A árvore quer de nós, cultivo e reverência:
A noção de que sem Ela a nossa existência
Não teria futuro e nem moldura do passado.



(imagem do filme- A fonte da vida)

quinta-feira, 23 de maio de 2013

O ELEFANTE E A CORRENTE







CONTO BUDISTA( autoria desconhecida)

Conta-se que na Índia, certa feita, alguém perguntou a um homem que alimentava os animais de um circo, por que o elefante, um animal tão grande, ficava docilmente preso a uma frágil e enferrujada corrente, sendo que com pouco esforço poderia arrebentá-la.

O tratador respondeu que o caçador aprisiona os elefantes quando ainda são pequenos e indefesos bebês. Eles fazem muitos esforços, mas não conseguem fugir. A cena se repete por meses. Como as tentativas de fuga mostram-se inúteis, os elefantes envelhecem amarrados na conclusão de que nada mais pode ser feito...

Somos semelhantes a estes elefantes de circo! Temos uma força interior descomunal e estamos acorrentados a frágeis correntes, que com pouco de atitude poderiam ser quebradas. Desilusões e erros fazem parte da vida, , quando ainda somos ingênuos e sonhadores, lutamos para defender nossos sonhos, no entanto, muitas vezes esta luta aparenta ser infrutífera, então nesse momento somos aprisionados pelas armadilhas da negatividade. O processo de tentativa e erro é natural, assim, quem teme errar não sai de onde está.

“Eu não consigo!”, “já estou muito velho!”, “eu não me perdoo!”, “isto não é para mim!”, estes pensamentos correspondem a velhas e enferrujadas correntes. Verdadeiros gigantes estão acorrentados ao passado, aos velhos medos, ao pessimismo e aos preconceitos de sempre, que são algumas das correntes que costumam prender “elefantes” por décadas ou por toda uma existência.

Enquanto nossas intenções forem nobres, haverá certa santidade em nossos erros. O pessimismo e o remorso são velharias inúteis, destruindo a troco de nada a “essência da vida” que cada um de nós possui.

Quais são as suas estacas? que correntes você desistiu de romper apenas porque te convenceram de que você não podia?


Gentilmente enviado por Keila Abreu

quarta-feira, 8 de maio de 2013

QUEM ME VÊ





LUIZ MARTINS DA SILVA

Um gato olha para mim
Com senso de amor felino
E o seu ronronar me humaniza.

Um cão me olha uma eternidade
Com suas ganas de cheiro e faro
E eu me reconheço, sou seu amo.

Um pássaro tropical vem à janela,
Mas pouco me olha e já se vai.
E eu, com tanto amor, o queria mais.

Vou até a uma flor num jarro.
Não sei se me vê por um triz,
Não sei se ela jaz por mim.

Então, o meu amor me vem
A me sondar se sou feliz:
“Que tanto vês olhando para o céu?”

domingo, 14 de abril de 2013

PABLO NERUDA



"Não te amo como se fosse uma rosa de sal, topázio ou flecha de cravos que atiram chamas.

Te amo como se ama certas coisas escuras, secretamente, entre a sombra e a alma.

Eu te amo sem saber como nem quando nem de onde, te amo simplesmente, 

sem complicações nem orgulho.

Assim te amo porque não conheço outra maneira, tão profundamente que tua mão

 em mim é a minha,

tão profundamente, que quando fecho os olhos contigo eu sonho".




DO FILME:  PATCH ADAMS- O Amor é contagioso

terça-feira, 26 de março de 2013

A VERDADEIRA PÁSCOA




V. FALEIROS

Dois mil anos atrás, um homem veio ao mundo...
Disposto a ser o maior exemplo do amor e verdade que a humanidade conheceria.
Sua proposta de vida não foi entendida por muitos.
Condenaram este homem e crucificaram-no, ignorando todos os seus propósitos de um mundo melhor.

Houve dor, angústia e escuridão.
Por três dias, o sol se recusou a brilhar, a lua se negou a iluminar a Terra, até que, ao terceiro dia, a vida aconteceu.
A Páscoa existe para nos lembrar deste espetáculo inigualável chamado ressurreição.

PÁSCOA,
Ressurreição do sorriso, da alegria de viver, do amor.
Ressurreição da amizade e da vontade de ser feliz.
Ressurreição dos sonhos, das lembranças.
E de uma verdade que está acima dos ovos de chocolate ou até dos coelhinhos.

Cristo morreu, mas ressuscitou.
E fez isso somente para nos ensinar a matar os nossos piores defeitos e ressuscitar as maiores virtudes sepultadas no íntimo de nossos corações.
Que esta seja a verdade da sua Páscoa.

FELIZ PÁSCOA!

segunda-feira, 4 de março de 2013

CONTIGO , BENTO




Luiz Martins da Silva

Contigo, Bento, agora me sinto
Um pouco mais abençoado.
Sigamos juntos para o mesmo sono,
Até que o próprio Deus por fim acorde.

 Recolho-me também contigo Bento
Ao pouco que este mundo ainda pede,
O ínfimo a se guardar além da pele,
Casulo derradeiro aquém da alma.

Também almejo para mim a mínima cela,
Aquela, que no âmago, já nos cinge
Ao umbral que dos desejos se despede,
Às primeiras tonturas da eternidade.

 Bendigo a ti, Bento, e tua renúncia
A tudo que se nomeie vaidade,
A mais fugaz âncora de um barco
Que não tarda ir-se à outra margem.

Seguidores

Arquivo do blog

E- BOOK

E- BOOK

MANUAL PARA UM MONÓLOGO AMOROSO de Adriana Canova

Este link levará ao e-book que poderá ser baixado ou lido no próprio local gratuitamente. Para acessar o audio-book gratuitamente, click AQUI

BANDA KADMIO