...MAS HÁ O ANTES:Era o seu sexto aniversário. O ruído da louça e o cheiro de bolo o trouxeram à cozinha, expiou por detrás da cortina. Puxaram-lhe. Vieram as ordens: Tomar banho, lavar as orelhas, cortar as unhas. Não suje a roupa. Senta aqui. Ah, tira a mão do bolo.
− Como você está bonito!
Chegaram os tios, vieram os primos. Veio aquele presente comprido, outros pacotes. Ah, aquele presente enorme... aquele presente. O tio abriu-o bem debaixo do seu nariz:
− Cuide dele, não deixe ninguém riscar.
Era um espelho. Sobre ele uma gravura chinesa. O menino passou a ser parte da gravura. Vieram os parabéns, o sopro, os abraços. O menino na gravura, grudado nela. O espelho colocado no canto da sala refletia seus olhos grandes. Duplicou a música, triplicou os balões, eternizou o “Viva!”.
− Cuide bem dele.
O dia seguinte acordou-o cedo. Correu à sala. Rastros de bolos no espelho.
Não viu.
A gravura quase branca sobre o vidro era tão...
Viu-as.
Moscas passeavam tranquilamente por seu território. Refletiam as patas sobre o desenho claro. O guardião do templo saiu à porta, olhou os campos. A respiração foi freando, freando, muitas vezes. Desceu-lhe o suor dos grandes guerreiros. Correu à porta da cozinha, puxou a vassoura. Ergueu sua espada por sobre a cabeça e disparou de volta. Antecipando toda a força do homem que um dia haveria de ser, arremessou-a em direção ao inimigo.
O barulho dos cacos acordou a casa, o barulho da casa sacudiu-lhe os ombros.
L.A (dedicado a um amigo , por seu aniversário)
− Como você está bonito!
Chegaram os tios, vieram os primos. Veio aquele presente comprido, outros pacotes. Ah, aquele presente enorme... aquele presente. O tio abriu-o bem debaixo do seu nariz:
− Cuide dele, não deixe ninguém riscar.
Era um espelho. Sobre ele uma gravura chinesa. O menino passou a ser parte da gravura. Vieram os parabéns, o sopro, os abraços. O menino na gravura, grudado nela. O espelho colocado no canto da sala refletia seus olhos grandes. Duplicou a música, triplicou os balões, eternizou o “Viva!”.
− Cuide bem dele.
O dia seguinte acordou-o cedo. Correu à sala. Rastros de bolos no espelho.
Não viu.
A gravura quase branca sobre o vidro era tão...
Viu-as.
Moscas passeavam tranquilamente por seu território. Refletiam as patas sobre o desenho claro. O guardião do templo saiu à porta, olhou os campos. A respiração foi freando, freando, muitas vezes. Desceu-lhe o suor dos grandes guerreiros. Correu à porta da cozinha, puxou a vassoura. Ergueu sua espada por sobre a cabeça e disparou de volta. Antecipando toda a força do homem que um dia haveria de ser, arremessou-a em direção ao inimigo.
O barulho dos cacos acordou a casa, o barulho da casa sacudiu-lhe os ombros.
L.A (dedicado a um amigo , por seu aniversário)
"O ruído da louça e o cheiro de bolo o trouxeram à cozinha, expiou por detrás da cortina. Puxaram-lhe. Vieram as ordens: Tomar banho, lavar as orelhas, cortar as unhas. Não suje a roupa. Senta aqui. Ah, tira a mão do bolo.
ResponderExcluir...Chegaram os tios, vieram os primos."
Ahh como isso lembra minha infancia na fazenda do Marcelo... Chegava o opala. Era o tio Juca sempre acompanhado de outro tio e a prima que vinha de Brasilia para fazer pic nic, os encontros em familia que com o tempo foi ficando para traz.
Ahh saudade!!!