Toda manhã a menina metia-se no casaco de medos que
usava desde pequenina e que foi crescendo com ela. E saía
pelas ruas, coberta de MEDOS.
MEDO da solidão.
MEDO que não a queiram.
MEDO que a queiram.
MEDO de voar.
MEDO de afogar-se.
MEDO de sentir-se perdida.
MEDO que tudo mude.
MEDO que tudo continue igual. Igual, igual, igual, igual...
MEDO do futuro.
MEDO de repetir o passado. Passado.
MEDO de não avançar.
MEDO de dar um passo.
MEDO dos outros
MEDO dela mesma.
O casaco ficou pesado demais e ela já não conseguia ir a
lugar nenhum. Então, encheu-se de coragem e resolveu
livrar-se dele!
E voou.
"Aquilo que a lagarta chama de fim do mundo, o resto do mundo chama de borboleta" -
LAO TSÉ
http://elenaferrandiz.blogspot.com.br/
Estive ontem numa reunião de contadores de história - viva e deixe viver - e ouvi esta história. Fiquei tão encantada com a singeleza da narrativa que resolvi postar. Parabéns ao Viva
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