I
As casas, quando sem nós,
Nossa falta, ausentes botões.
Saudade, instinto incolor,
Sino tilinte ao rés do pulso.
II
Dói, para além do lado de dentro.
Um céu hermético, mas a ermo.
O morto, há dias fogo fátuo,
Cinzas aquém do rio sagrado.
III
Casas são bichos domésticos,
Vaga-lumes fora de estação.
Perdidos, grilos erráticos,
Memórias do medo no escuro.
IV
Por favor, donos, venham
Já, em perpétuo socorro.
Lares vazios, cães famintos.
Filme encenando masmorra.
V
Nem Casmurro foi tão só
Quanto uma casa esquecida.
Fechada, soleira muda.
Lacres sem luz não são.
Nenhum comentário:
Postar um comentário