quarta-feira, 7 de setembro de 2011

ANA PELUSO


Ana Peluso, São Paulo, escritora, poeta, ilustradora, participou de algumas antologias, e não sabe quando lançará livro.


UM MINICONTO DE ANA PELUSO


Eu bebo sempre que eu posso. Tequila, rum, champanhe, vinho tinto, doce, seco, água, chá, charuto diluído em álcool. Eu bebo sempre que eu posso só pra ter coragem de encarar o mar à noite. Por ser noite. Porque o mar é sem sentidos. Porque eu não sei o que é um mar sem sentidos, sem anestesia. E um cais pode me lançar. Até que você me esqueça. Até você me esquecer, eu bebo em um mar sem sentidos sempre, que eu posso. Eu bebo pra fugir de você. E se eu coloco os pés na água, e ela é feita de você, indomável, é como o seu olhar naquele dia. No fundo do fundo, naquele dia. Em uma outra dimensão, eu não existia. Tudo tão surrado, tão, como era mesmo? Esquece, esquece, bebe. Eu também aprendi a desamar.

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