sábado, 5 de março de 2011

FORMAS DEVOLUTAS

        Luiz Martins da Silva

Para Lelê, Tininha, Rose, Helival, João... Josés... Marias... Marusquinhas...

Perdi da noção a forma,
Tal a fórmula da existência
Que nos habita na terra,
Água, sangue, osso, esterco...

Mas da forma já me perco,
Pronúncia da forma o fim.
Serei puro, ar, imanência,
Já assovia o vento em mim.

Terei saudades da ‘fôrma’,
Esta que nos estrutura
E até nos encarcera:
Na ilusão, literatura.

Formar da rosa o jardim;
Plantar e pendoar o milho,
Dar feijão e feição aos filhos;
A Deus devolver seus querubins.

4 comentários:

  1. Talvez tenhamos saudades do que ainda não fomos, da forma um dia forjada pela 'fôrma', da forma que um dia induziu a uma "contra reforma", que retomou o homem em busca da 'fôrma' no sentido e para que finalmente voltássemos a ter forma.

    ResponderExcluir
  2. Talvez...mas somente talvez...tenhamos saudadede um lugar que não sabemos aonde é...saudade da forma que são sabemos se tem...e da "fôrma" que em fim forma!

    ResponderExcluir
  3. Obrigada por esse poema Divino Luiz!!!!!
    A "fôrma" é perfeita...pena que se deforma no meio do caminho mas você vem então com essa poesia linda que dá o que pensar!
    "Formar da rosa o jardim;
    Plantar e pendoar o milho,
    Dar feijão e feição aos filhos;
    A Deus devolver seus querubins."

    ResponderExcluir
  4. Obs. "Eu vejo assim..." é um blog que Cristina e Lele estão criando!

    ResponderExcluir

Seguidores

E- BOOK

E- BOOK

MANUAL PARA UM MONÓLOGO AMOROSO de Adriana Canova

Este link levará ao e-book que poderá ser baixado ou lido no próprio local gratuitamente. Para acessar o audio-book gratuitamente, click AQUI

BANDA KADMIO