Luiz Martins da Silva
Luz dourada sobre escadarias
Na tarde olímpica do quase-silêncio.
Todos se foram, vida nova,
De férias ou de novas esperanças.
Contemplo a imensidão verde-esmeralda
E os buquês das florações em aquarela.
Por instantes, burburinhos soltos pelo vento,
Eu os quase ouço no sobrevoo dos alaridos.
Os degraus, quantos passos neles impressos!
A caminho do futuro, as apressadas gerações.
Estranha visão universitária, solidão incômoda.
Mas, daqui a pouco, estouros de novas manadas.
Percorro as repisadas passarelas,
Agora toscas, de raízes em erupções.
Ainda há algo de juvenil nas recentes podas,
Refreios aos impulsos dos troncos nos jardins.
Doce melancolia de sucessivas estações
Cada qual com o advento de brotos estudantis.
Traz esta brisa um torvelinho de matérias desfolhadas.
Ou seriam da última formatura o eco de tantos aplausos?
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