Luiz Martins da Silva
Desde esse lado de cá,
Manacá, aroma flor...
Tudo, ilusão, senão o amor
Até na matriz das ilusões,
Esta janela para o todo,
Faísca de ser na escuridão.
E o que será mais ilusório?
Água, flor, pântano, lótus...?
Ou o reflexo de tudo que é capaz
De inspirar e expirar momentos,
Enquanto contempla reflexos,
Fugaz auréola de espelhos?
Nem todos os budas do mundo
Hão de nos despertar da vaidade
De sermos o que nada somos.
Mas, se de repente, assustados
Em um abismo tão profundo,
Acordaríamos, de fato, do lado de Lá?