Luiz Martins da Silva
Quando me tomaste em riste,
De inesperado afoite,
Éramos aguardados êxtases
De ânsias inconfessas.
O medo de te tocar
E não seres harpa...
Mas, por fim, as cordas trêmulas,
Ondas de afinações não ensaiadas.
Instrumentos prontos,
Allegro, andante, troppo, molto vivace...
Até nos eternizarmos em suados rostos colados.
Permanecemos, assim, até hoje, estátuas.
Obras de arte de um museu imaginário
Do que ainda somos, Orfeu e Eurídice.
óleo sobre tela: